15.12.07

JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA

CLAREIRA


Um branco lunar, prestígios sem certezas
os galos lutadores arrebatam o jardim
é tão rápido um lugar enquanto avança o vento
debaixo de que árvore se pode ver

a chama pousada por um brado
mais forte, mais fraco
passagens de cor vermelha
intensidades, torções

teus olhos buscam na clareira o ponto invisível
um único sentido, infinitas vezes

através de que perguntas, de que respostas
se regressa à partes inseparáveis?

(de A Estrada Branca, Assírio & Alvim, 2005)

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